Por Michelli Veneziani
Vivemos em uma sociedade onde “cuidar” é uma função imposta para a mulher pelo entendimento de que ela é mãe e precisa manter o equilíbrio da casa, da comunidade, da família.
Sabemos que estes estereótipos são reforçados pelos papéis de gênero que são construídos desde a infância quando dividimos as brincadeiras em ‘para meninos e meninas’. No entanto, o que não se percebe é que enquanto as mulheres estão executando o trabalho de cuidado que, na maioria das vezes é gratuito ou não remunerado devidamente, elas não encontram tempo para desenvolver habilidades, empenhar funções remuneradas ou exercerem suas individualidades de forma efetiva.
Estudos mostram que, normalmente, um trabalhador exerce uma jornada semanal de 40 horas, enquanto os cuidados domésticos não remunerados feitos por mulheres são realizados em 61 horas semanais.
A pauta é mais do que urgente. Temos de ressignificar a importância do trabalho de cuidado e entender que ele pode ser feito por qualquer pessoa e não exclusivamente por mulheres e isto sim é uma maneira de tentarmos atingir a verdadeira equidade de gênero para que no futuro as mulheres e meninas tenham garantida a autonomia social e econômica sabendo que o lugar de uma mulher é onde ela realmente quiser.
Michelli Veneziani é empresária, mãe da pequena Isabela, de 6 anos, primeira-dama de São Sebastião e atual membro da Executiva Estadual do PSDB.