Paracarateca sebastianense inspira pessoas através do esporte e conquista títulos para a cidade

Crédito: Daniela Andrade | PMSS

O jovem paracarateca de São Sebastião, Dante Andrieta Vincensi, 7 anos, tem inspirado muitas pessoas através do esporte e conquistado bons resultados para a cidade na modalidade em 2023. Dante fechou o ano de competição com uma medalha de ouro no Festival de Caratê Shotokan, na cidade vizinha de Caraguatatuba, no início de dezembro.

O jovem é natural do Rio de Janeiro, mas mora em São Sebastião desde os três anos. Dante nasceu com mielomeningocele, que é uma malformação congênita da coluna vertebral do feto que ocorre no início da gravidez; e Hidrocefalia, que provoca o acúmulo de líquido excedente nos espaços normais dentro do cérebro (ventrículos) e entre as camadas de tecido interna e média que recobrem o órgão.

A paixão pelo caratê surgiu por causa da influência do pai dele, Thobias Andrieta, que jogava o famoso game, Street Fighter, que tem como principais personagens dois caratecas, Ryu e Ken. Desde quando chegou em São Sebastião, Dante sonhava em fazer caratê e se tornar um praticante dessa arte marcial de origem japonesa.

“Sempre pedia para os meus pais me colocarem no caratê e tive que esperar um pouco, mas valeu a pena. Fiz judô, mas não era tão legal como o caratê. Atualmente, comecei a andar de skate também, mas a modalidade que eu mais gosto é o caratê”, disse Dante.

A mãe de Dante, Marcelle Andrieta, conta que o pedido do filho foi feito durante a pandemia de Covid-19 e teve que explicar para o garoto que não seria possível inscrevê-lo em uma turma naquele período. Nessa fase, Marcelle buscou referências esportivas para incentivar o filho.

“Quando a pandemia terminou e os casos baixaram de vez, começamos a pesquisar por aulas de caratê na cidade. Encontramos o Tebar Praia Clube, que tem aulas com o sensei Benedito Rodrigues Silva, que logo adaptou as aulas para atender o Dante. As aulas se tornaram um programa em família, pois o pai dele também pratica caratê e sempre os acompanho”, explica Marcelle.

A mãe do paratleta afirma que a evolução do filho é constante em vários sentidos, principalmente, através da inclusão e interação social iminente ocasionada pela prática esportiva. Além disso, Marcelle diz que o pequeno é extremamente carismático e conhecido por muitas pessoas na cidade e até atraí novos praticantes para as aulas.

“O que eu mais espero como mãe do Dante, é que o fato dele lutar caratê não seja visto como algo extraordinário, pois é algo normal. Uma pessoa com deficiência pode fazer um esporte seja ele qual for, basta ter uma adaptação. O capacitismo é um preconceito enraizado na sociedade e temos que quebrar esse estigma, pois um PCD pode fazer tudo que uma pessoa sem deficiência faz”, comentou Marcelle.

O maior desejo de Dante é que toda pessoa com deficiência tenha oportunidades e condições de serem e fazerem tudo o que quiserem. “Meu professor diz que ainda vai me ver no pódio de uma Paraolimpíada, quem sabe um dia? Espero ver outras pessoas com as mesmas condições que eu, fazendo aquilo que ama”, completou.

#PraTodosVerem: imagens do jovem paracarateca de São Sebastião, Dante Andrieta Vincensi, 7 anos, no Festival de Caratê Shotokan. Fim da descrição.

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