CAPS-AD atende pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e drogas sem necessidade de encaminhamento

Crédito: Beto Silva I Depcom \ Pmss

O Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Outras Drogas (CAPS-AD) oferece atendimento a moradores de São Sebastião que sofrem com distúrbios decorrentes do uso e abuso de substâncias psicoativas. É um serviço aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS) em que os usuários são atendidos de “portas abertas”, isto é, ao procurarem o local, assim como quando são encaminhados por outras instituições.

A assistente social e coordenadora do CAPS-AD, Marcia Muniz, explica que de segunda a sexta-feira, das 10h às 11h30 e das 13h às 15h, há um profissional disponível para realizar o acolhimento, primeiro contato com o usuário no momento da procura por tratamento. “Neste momento é ofertado ao usuário um espaço de escuta terapêutica, com o objetivo de promover maior conhecimento da história de vida e da doença do indivíduo”, diz.

Durante o acolhimento, o usuário é orientado sobre a dinâmica do serviço e modalidades de tratamento e decide junto com o profissional a que melhor atende às suas necessidades. “Se a pessoa não quer participar de atividades em grupo, por exemplo, refletimos sobre a possibilidade do atendimento individual”, explica Marcia.

O profissional que realiza o acolhimento se torna referência do paciente, acompanhando o desenvolvimento do projeto terapêutico singular. Em caso de falta, faz busca ativa da pessoa, por ligação telefônica ou visita domiciliar. “Existe horário para o acolhimento, mas caso chegue alguém de um bairro distante fora do horário, não dispensamos, atendemos este usuário”, diz Marcia.

O CAPS-AD conta com equipe multiprofissional composta por psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, clínico geral, assistente social, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, farmacêutico e educador físico.

Entre as formas de tratamento estão a participação em grupos, em parte suspensos por conta da pandemia, sobre os temas dependência química, mulheres, saúde, atividades físicas e estimulação cognitiva. Também são realizadas oficinas, como a de cerâmica, em andamento, e de artes com recicláveis e horta, previstas para iniciar em agosto. Há proposta para, futuramente, serem implantadas oficinas de música.

Marcia explica que o atendimento no CAPS AD tem como objetivo ressignificar a vida do usuário sem o uso da substância psicoativa, para que retome o controle das suas escolhas e sua vida. “Estar bem não é apenas a abstinência da substância, mas mudar o comportamento, buscar outros prazeres e motivos para continuar”, diz. “Fazemos um trabalho integral considerando todo o histórico da pessoa: sua história, cultura e projeto de vida. Ultrapassa, necessariamente, o espaço do próprio serviço, por isso o trabalho em rede é de suma importância.”

A coordenadora lembra que dependência química é uma doença e se faz necessário acabar com os estigmas sociais que essas pessoas carregam. “São seres humanos que não se resumem ao uso de uma substância, não devemos julgá-los, e sim acolhê-los”.

Redes de apoio

 Muitas vezes, os pacientes chegam ao CAPS-AD encaminhados pelo Fórum, Promotoria, Conselho Tutelar ou outros órgãos e não estão motivados a aderir ao tratamento e fazer as mudanças necessárias. Por isso, as redes de apoio se fazem tão necessárias, entre elas a família – consanguínea ou de laços. “Trabalhamos também com os familiares das pessoas atendidas, pois o apoio deles é primordial ao tratamento. Alguns adoecem junto com o paciente e também necessitam de ajuda”, conta Marcia.

Ela diz que a dependência química é uma doença complexa e precisa da rede de apoio do município: Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Secretarias de Educação (SEDUC), Esporte (SEESP), Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES) e Turismo (SETUR).

“Durante o tratamento, acontece de descobrirmos que a pessoa praticava esportes ou gostava de desenhar, por exemplo, e as encaminhamos para essas atividades a fim de resgatar o prazer encontrado nelas. Da mesma forma, a direcionamos para a busca de emprego ou acesso a benefícios sociais como o Bolsa Família, quando detectamos essa necessidade”, conta Marcia.

Atendimentos

Atualmente o CAPS-AD possui 1.592 prontuários abertos, entre ativos ou não. Marcia explica que houve queda de procura pelos serviços na pandemia, mesmo assim, somente em junho foram realizados 600 atendimentos. “Até por conta da natureza da doença, acontece de os pacientes abandonarem e retomarem os atendimentos, e sempre estamos prontos para os acolher novamente”, diz a coordenadora.

O CAPS-AD fica na Rua Machado de Assis, n.º 1.203, no Canto do Mar. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, com acolhimento das 10h às 11h30 e das 13h às 15h. o telefone é (12) 3892-5936.

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