Durante o inverno, São Sebastião costuma registar um aumento no número de avistamentos de baleias, pinguins, lobos marinhos, tartarugas, entre outras espécies, por estar na rota migratória desses animais que buscam um local apropriado para reprodução e amamentação de seus filhotes.
Na segunda-feira (20), o Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha, através da sua equipe embarcada do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), avistou duas baleias jubartes, uma baleia de Bryde e uma tartaruga gigante no litoral norte paulista.
Além da equipe do PMP, estavam o oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta Hugo Gallo Neto, a Coordenadora Estadual do Projeto Tamar e vice-presidente do Argonauta Berenice Gomes, o jornalista João Paulo Vicente, que escreve para National Geographic, Uol e Vice News, a fotógrafa Ethel Braga e o aluno de ciências ambientais da DeAnza College e o fotógrafo Lucas Gomes Gallo.
Foram quatro avistamentos que chamaram a atenção. O primeiro foi da baleia de Bryde, uma espécie que vive entre a região costeira e oceânica. Ela se alimenta de pequenos peixes e pode chegar até 16,5 metros de comprimento, sendo a média entre 13 a 15 metros.
Já o segundo e o terceiro avistamentos foram de jubarte, baleia que geralmente migra da Antártica para a costa sul da Bahia durante o inverno devido às águas quentes e mais limpa, para fins de reprodução e amamentação.
Também ocorreu o aparecimento raro de uma tartaruga de couro, ou gigante, como é chamada. Esse espécime possui status de vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, e tem hábitos oceânicos, alimentando-se principalmente de águas vivas, com poucos registros na costa.
Somente no período de pandemia, já foram encontrados mais de 450 animais marinhos, sendo que 354 eram pinguins, nas areias das praias de São Sebastião.
Segundo dados do Projeto Baleia à Vista, o número de baleias avistadas neste ano na região está maior que o ano passado, que foi de 140 registros. De janeiro para cá, principalmente a partir de março, foram 160 espécies de baleia:
– 114 baleias jubartes;
– 23 baleias de Bryde;
– 17 orcas;
– 4 baleias Minke;
– 2 baleias brancas;
União de sucesso
Em 2018, a parceria da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM), com o Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, implantou em São Sebastião a Base Estabilização de Animais Aquáticos, referência no Litoral Norte. Localizada no Balneário dos Trabalhadores, a base funciona como uma espécie de “Pronto-Socorro” para os animais resgatados na região, em área cedida pelo Governo Municipal.
Instituto Baleia à Vista
O objetivo do Instituto Baleia à Vista é levantar informações sobre cetáceos no Litoral Norte de São Paulo, especialmente na região de São Sebastião e Arquipélago de Ilhabela, difundir o conhecimento sobre baleias, golfinhos e outras espécies marinhas e contribuir com a preservação desses animais e do ambiente marinho.